segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Filipe Carneiro: “Vim para aqui para aprender mais e sair com uma “escola” mais completa”


Filipe Carneiro é um dos 6 atletas lusos que militam esta temporada, no campeonato espanhol de basquetebol em cadeira de rodas, a par de Hugo Lourenço e Pedro Bártolo (CP Mideba), Márcio Dias e Hélder Silva (Servigest Burgos) e Cláudio Batista (Amivel). 

Campeão nacional pela APD Braga, o jogador de pontuação 1.0, aceitou o desafio de vestir as cores da equipa galega, CD AMFIV, onde partilha o balneário com nomes de peso como o regressado Agustín Alejos, Lorenzo Envo ou o internacional espanhol e capitão Bernabé Costas. O último merece uma menção especial, enaltecendo-lhe a “forma rápida, simples e eficaz de organização de jogo”.
Consciente do estatuto de neófito, o jovem natural de Famalicão, conta que ingressou na equipa com o desejo de mostrar os seus créditos, mas também de “aprender e progredir em tudo”. “Não venho para aqui para dizer que vim por ser bom na liga anterior em que joguei, vim para aqui para aprender mais e sair com uma “escola” mais completa”, vinca o extremo ex-APD Braga.
17 valiosos minutos na ronda inaugural diante o apetrechado AMIAB, de Albacete, renderam-lhe vários elogios tanto de elementos de AMFIV, como não afectos ao conjunto de Vigo, mas o caminho ainda é longo. Convidado a destacar o que “importaria” para o basquetebol em cadeira de rodas nacional, Filipe é peremptório. “Claramente a formação (escolinhas) de jogadores em todas as equipas. Seria muito bom ver crianças com deficiência desde os 6 anos a pegar numa bola e dizer “é isto o meu sonho”. Certamente iria trazer mais competitividade e sucesso futuro para o basquetebol em cadeira de rodas nacional”, remata.
Outro dos frutos colaterais desse trabalho de sensibilização e divulgação da modalidade seria o aumento do número de espectadores, constatado na liga do país vizinho. A ida ao pavilhão do cidadão comum não é mais um exercício de compaixão. “As pessoas não vão assistir a um jogo para ver como é possível pessoas com deficiência motora fazerem aquilo. Vão ver os jogos porque já sabem como o desporto é e admiram acima de tudo”.
Contudo, Filipe Carneiro ressalva que a realidade de uma “afición” fiel não lhe é estranha, ou não fosse a APD Braga sinónimo de uma mobilização da sociedade civil única em Portugal. “Em Braga já vivia essa emoção, é um prazer continuar a viver isso em Vigo. Não me surpreende, pois já tinha ideia de como era o ambiente em campos espanhóis”.
Para o futuro, os desejos do atleta luso não destoam da simplicidade das palavras que partilhou connosco. “Sair daqui com a consciência de que dei tudo em campo e que fiz o meu melhor para ajudar a equipa de Vigo a alcançar os seus objetivos”, e ser opção para a selecção nacional, que visa a participação no Europeu, divisão C, em 2015.

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