quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Portugal está nas meias-finais do campeonato do Mundo de Futsal INAS

Fonte: ANDDI
A selecção nacional de futsal para atletas com deficiência intelectual soma e segue, em La Roche-sur-Yon. 

Na fase de grupos, os comandados de Luís Fontinha averbaram 3 vitórias em 3 jogos possíveis, derrotando a Polónia por 6-3, a França (8-6) e esmagando a Austrália por incríveis 43-0. 

Agora, nas meias-finais, Portugal vai defrontar a Itália ou o Irão, actual campeão do mundo. Os jogos podem ser visto em http://cap-sport.tv/?page_id=9 e mais informações consultadas em http://championnats-inas.blogspot.fr.

Pela mesma altura, e também em La Roche-sur-Yon, decorre o campeonato da Europa de Ténis de Mesa,  na área da deficiência intelectual. Os portugueses André Jesus e Luís Paulo alcançaram o 8º lugar, na competição por equipas, enquanto na variante de pares, André Jesus chegou aos oitavos-de-final, quedando-se pelo 11ª lugar, e Luís Paulo pelo 18ª. Na competição de pares, a dupla caiu diante a França - 3-1.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rudy Fernández sentou-se na cadeira de rodas por um dia


A super estrela do basquetebol espanhol Rudy Fernández aceitou o desafio lançado pela RTVE (Radio Televisión Española) para participar no programa "Capacitados", promovido pela Fundação Once. A série documental de 13 episódios submete figuras públicas espanholas das mais diversas áreas ao duro teste de enfrentar as privações de uma deficiência.



Neste episódio, Rudy Fernandez, internacional pela "ÑBA" (alcunha da selecção vizinha), vestiu a camisola da equipa campeã espanhola de basquetebol em cadeira de rodas, uma das melhores da Europa, Fundosa Once. 

Lado a lado com os paraolímpicos Rafael Muiño Gamez, Alejandro Zarzuela, Jaume Llambi Riera, entre outros, o base-extremo que passou pelos Portland Trail Blazers e Denver Nuggets, envergando de momento as cores do Real Madrid, debate-se com dificuldades inesperadas e até embaraçosas que lhe arrancam um sorriso.

Daniel Stix Soto, o mais jovem jogador de Fundosa, de apenas 15 anos, é co-protagonista ao assumir o papel de "mentor" de Rudy Fernandez, que trava uma luta titânica com a cadeira para fazer o que em condições normais não lhe exigiria o menor esforço.

Sem rodeios em torno da deficiência, "Capacitados" oferece ao espectador toda a liberdade para ajuizar e reflectir sobre o tema em foco, descartando-se o jornalista de emitir qualquer comentário ou narrar o episódio. 

                             

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fim-de-semana repleto de competições


Há muito para acompanhar neste final de semana. Se alguns ultimam detalhes e afinam estratégias para a estreia na nova época, outros preparam-se para atacar grandes objectivos. É o caso da selecção nacional de futsal para atletas com deficiência intelectual que a partir do próximo sábado estará em La Roche-sur-Yon, na região de Pays de Loire, em França, para disputar a 3ª edição do Campeonato do Mundo da modalidade.


Os eleitos escolhidos pelo seleccionador Luís Fontinha são, do Clube Gaia, Fábio Silva, Guilherme Silva, João Campelo, José Rodrigues, Márcio Soares, Micael Pinto e Nélson Paulo; e, da equipa NUCLISOL/J.PIAGET-V. REAL, André Gomes, Hélder Morais, Luís Teixeira, Nuno Teixeira e Sérgio Henriques. O início da competição está marcado para segunda, dia 29, e prolonga-se até 3 de Novembro.


Na mesma data e local, realiza-se o 6º Campeonato da Europa de Ténis de Mesa, para atletas com deficiência intelectual, onde Portugal vai estar representado por Luís Paulo, do CD "Os Especiais", e André Jesus, do Clube Gaia. 

Basquetebol em cadeira de rodas e futsal (paralisia cerebral) em foco

A nível interno, destaque para o começo do campeonato nacional de futsal, para atletas com paralisia cerebral, com a APCL (Associação Paralisia Cerebral de Lisboa) a receber a equipa do FC Porto, enquanto a ARDA-APPC (Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral) do Porto defronta, em casa, o Boavista FC.

No basquetebol em cadeira de rodas, de regresso depois de uma época sem provas oficiais, os conjuntos da zona Norte iniciam o seu percurso, merecendo particular ênfase o embate de domingo, às 15h, que opõe a APD Leiria à vice-campeã APD Braga, no Pavilhão Municipal da Maceira, morada dos Leirienses.
Antes, no sábado, às 15h, a APD Paredes desloca-se a Vila Pouca de Aguiar para defrontar a ADAguiarenses, de volta aos jogos “a doer”.

A sul, não há encontros agendados, já que no passado fim de semana o GDR “A Joanita” perdeu diante o CBA Parasport 40 – 50, e a partida entre GDD Alcoitão e APD Sintra foi adiada. APD Lisboa e CD “Os Especiais”, da Madeira – integrados na zona norte -, folgam esta jornada.  

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Hugo Lourenço e Marco Gonçalves vão jogar no CP Mideba Extremadura


Marco Gonçalves, Jorge Almeida, Luís Henriques e Hugo Lourenço

Os ex-atletas da APD Lisboa irão representar na época 2012-2013 o CP Mideba, uma das melhores equipas da División de Honor (1ª divisão espanhola), que no ano passado alcançou o 3º lugar atrás de CID Casa Murcia Getafe e Fundosa Once.

Se para Hugo Lourenço, a transferência significa um regresso à casa que o deu a conhecer à elite do basquetebol em cadeira de rodas, interrompido pela época transacta na APD Lisboa, para Marco Gonçalves, de apenas 18 anos, a experiência constitui o ponto mais alto da carreira desportiva, já longa apesar da tenra idade.

O jovem extremo, internacional português, revela que a amizade e o companheirismo que nutre pelo colega de equipa, figura de proa na selecção nacional, foram determinantes na hora de dar o “sim” à proposta. “O Hugo Lourenço, amigo de longa data e que jogou vários anos ao serviço de Mideba, foi essencial para a minha decisão. Sempre foi o meu maior ídolo, nunca o escondi, e ter esta oportunidade de vestir pela primeira vez a camisola dum clube tão importante juntamente com ele é uma das melhores coisas que posso ter”, salienta.

A alegria e a motivação de actuar num dos maiores palcos do BCR, no país vizinho, vêm à tona nas suas palavras. “É o meu sonho, sempre foi, e vou agarrá-lo com ‘unhas e dentes’, mantendo a minha humildade e carácter. Espero conseguir mostrar o meu valor a Mideba e aprender todos os dias com os meus novos colegas, para me tornar no melhor jogador possível”, afirma com ambição. 

Recorde-se que Mideba acolhe, entre 25 e 28 de Abril, a Challenge Cup, uma das competições europeias de clubes. 

Ciente da relevância dos estudos, Marco encara com optimismo a nova etapa da sua vida. “Vou para lá todos os fins de semana treinar e jogar. Mas espero que nada disso afecte os meus estudos, aliás, acho que até me vai incentivar a estudar mais e melhor, para que acabe o 12º este ano e esteja livre para as portas que se poderão abrir no futuro”.

E pode esta jornada trazer dividendos para o basquetebol em cadeira de rodas português? Marco acredita que sim. “Eu e o Hugo tudo faremos para ajudar no crescimento do basquetebol português, temos de lutar pelo que é nosso. Para além disso espero que esta ‘parceria’ ajude tanto a Seleção Nacional, como mais tarde a equipa que me tornou no jogador que sou hoje, a APD Lisboa”, antecipa.

A estreia de Marco Gonçalves pelo conjunto estremenho acontece já no próximo sábado, 1º dos 2 dias da 12ª edição do Torneio Internacional de Lisboa, onde se vão defrontar APD Lisboa, APD Sintra, GDD Alcoitão e CP Mideba. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Entrevista com o nadador Emanuel Gonçalves: À terceira é de vez?


Perfil

Nome: Emanuel Luís Abreu Gonçalves
Idade: 23
Clubes que representou: Clube Sport Marítimo, Clube Naval do Funchal, Clube Desportivo Nacional
Ano de iniciação: 1995
Patologia: síndrome de Guillain-Barré
Ídolos: Michael Phelps e Ian Thorpe
Provas predilectas:

Das que fazem parte do calendário Paralímpico: 100 metros Mariposa; 200 metros Estilos; 400 metros Livres.
Fora do calendário Paralímpico: 800 metros Livres, 1500m Livres, 200m Mariposa, 400m Estilos, 5000 metros Águas Abertas. 



Emanuel Gonçalves e a sorte andam desencontrados. Ex-recordista mundial dos 1500 m livres, vice-campeão europeu e vice-campeão mundial dos 5000 m águas abertas, o jovem nadador madeirense, de 23 anos, acalentava a participação nos Jogos Paraolímpicos de Londres depois de ter alcançado mínimos A nos 400 m livres e 200 m estilos, e mínimos B nos 100 m mariposa, na classe S10 (ver explicação abaixo), tendo-se sagrado campeão nacional nas três provas.


Contudo, o sonho paraolímpico foi novamente adiado - já que em 2008 Emanuel também tinha atingido os mínimos para disputar os Jogos de Pequim - devido à escassez de vagas atribuídas pelo Comité Paraolímpico Internacional à natação portuguesa. “Portugal apenas recebeu 3 vagas do IPC, e somos 6 rapazes com mínimos, logo 3 participariam nos Jogos e outros 3 ficariam de fora. Os meus colegas que estariam ligeiramente melhor classificados que eu prosseguiram a sua caminhada até Londres”, explica.

O nadador acredita que outras soluções podiam ter sido idealizadas, nomeadamente no que respeita à concessão dos Wildcards, “atribuídos a 18 atletas que supostamente nunca teriam tido hipóteses de participar nos Jogos Paraolímpicos, ou por falta de vagas ou por serem países menos representados... Mas, na verdade, o que aconteceu foi que esses mesmos Wildcards foram atribuídos a atletas que já tinham participado em várias edições de Jogos”.

Nem por isso se resignou a acompanhar pela televisão a elite do desporto mundial e apanhou a “boleia” dos companheiros para Londres. “Estar lá não foi fácil, doeu um pouco viver das bancadas o que poderia e deveria estar a fazer naquele momento. No entanto, deixou-me muito orgulhoso serem os meus grandes amigos a competir e levar a nossa bandeira bem alto nestes enormes palcos desportivos”. Foram eles Simone Fragoso, David Grachat, João Martins e Adriano Nascimento.

“Quando era miúdo ganhei o “bichinho” pelas piscinas”

Ainda benjamim, as prestações dos ídolos Michael Phelps, Ian Thorpe & Ca embeveceram o futuro atleta e semearam o desejo de um dia representar as cores nacionais na paraolímpiada. “Quando era miúdo, adorava ver os Jogos Olímpicos, as provas de natação despertavam-me um grande interesse e desde então ganhei o “bichinho” pelas piscinas e o sonho, pelo qual tenho trabalhado tanto, de participar nos Jogos Paraolímpicos”, conta.


E se de início a natação desempenhava “apenas” um papel importante na reabilitação de Emanuel Gonçalves, a quem foi diagnosticado aos 6 anos a síndrome de Guillain-Barré, hoje as piscinas ocupam-lhe 5 horas por dia, numa rotina que contempla também as aulas do curso de Educação Física e Desporto, na Universidade da Madeira. “Treino todos os dias da semana, 2h de manhã e 2h à tarde na piscina, mais uma hora de ginásio. O domingo é o único dia da semana em que posso descansar tranquilamente, exceptuando quando tenho provas”.

Emanuel Gonçalves lamenta que o desporto adaptado esteja “inserido num contexto muito ‘esquecido’ na nossa sociedade” e aponta o dedo à comunicação social que, no seu entender, dispensa poucas linhas ao percurso dos atletas com deficiência. “Abrimos um diário durante os Jogos Paraolímpicos em Londres, onde os portugueses estavam a ter brilhantes resultados, e apenas aparecem notícias referentes às recentes transferências no mundo do futebol, aos milhões da crise, à corrupção, às vidas dos jogadores famosos…”, critica.

Virando a página, o objectivo Rio de Janeiro está já bem presente no pensamento do atleta. “Tudo farei para lá estar, prometo que tudo o que depender de mim, será realizado!”. Palavra de campeão.


S10 – designa o tipo de deficiência do atleta. Na natação, as classes de 1 a 10 correspondem a uma deficiência motora que é tanto mais grave quanto menor for o número.